quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Finalmente, sobre a viagem de julho e o retorno ao Brasil

Começando pelo começo

E então o fim do meu tempo na Europa estava chegando quando eu resolvi ir a uma conferência de Linguística (sem trema no Português Europeu) em Braga, uma cidade interiorana e religiosa no norte de Portugal. A conferência não foi nada de especial e a cidade eu já conhecia, mas pelo menos reencontrei a Filomena! Também revi a Bernadete, a Cilene e o Andrew.

A Filomena disse que ia aproveitar a viagem pra pensar. Pensar sobre muita coisa. Eu também pensei, mas não cheguei a nenhuma conclusão. Na verdade a conclusão veio no avião de volta pro Brasil, mas enfim. Fato é que nenhuma de nós duas conseguiu pensar tanto quanto o camaradinha abaixo, que de tanto pensar ficou com teias de aranha por todo o rosto:

(Detalhe de uma fonte do jardim da Casa-Museu Nogueira da Silva. É nessa fonte que a Filomena está pensando, na outra foto)

Depois de Braga, de volta a Lisboa pra arrumar as malas pra "viajar pra Europa", como dizem alguns portugueses. O que me intriga, porque da última vez que eu chequei, Portugal era periferia mas ainda fazia parte da Europa...

Filomena se juntou a nós na grande tarefa de beber oito shots e uma sangria -- sem nenhum efeito colateral no dia seguinte, mesmo sem termos tomado o infame KGB! -- e depois foi ao Porto pra pegar o vôo pra Paris.

Paris
Eu parti pra Paris de Lisboa mesmo. Mas a minha mala ficou, como eu já contei no post anterior. Enfim, a cidade é bem bonita, mas meio... assustadora. Não sei explicar ao certo, talvez seja aquela atmosfera de velhíssimo continente que todos os lugares meio turísticos lá têm.

A impressão que eu tive é de que em alguns lugares parece até que vai surgir do meio do nada um fantasma de uma garota de boina pedalando uma bicicleta (também fantasma) da década de 40, com uma baguete, um queijo e uma garrafa de vinho na cesta. Estereótipo paranóico? Com certeza.

Londres
Aproveitei pra visitar o British Museum, que é um lugar muito bacana se você, como eu, gosta de velharias em geral. No mesmo dia fui também ao London Eye. A vista de lá do alto é boa pra apreciar só com os olhos, já que qualquer foto tirada de dentro da cabine sai com o reflexo do vidro... e ninguém quer ver o Big Ben coberto por uma nuvem lilás da minha blusa.

(British Museum à luz do dia. Peraí... luz, sol, calor? Em Londres?! Como assim?)

Mas o dia estava mesmo tão bonito que eu resolvi colocar uma foto de fora da London Eye. Aquela estrutura é mesmo bonita, a seu modo. Assim que eu saí da roda-gigante, começou a chover. Acho que os bebês na Inglaterra nascem com um guarda-chuva na mão.

Acabei ficando mais tempo do que o planejado em Londres. Bom, ninguém mandou ficar bebericando Guinness no pub com a Mari e perder o primeiro ônibus por uma questão de cinco minutos (repita comigo: Victoria Coach Station fica LONGE da Victoria Station!). E ninguém mandou ficar bebendo com a Mari e os roommates dela à beira do rio e ir dormir 2 horas antes do segundo ônibus partir.

Mas valeu muito mais ter bebido e aproveitado a companhia e a cidade! Não conheci Edimburgo, mas me diverti muito mais do que se tivesse viajado pra Escócia sozinha. :)

København
Copenhagen é limpa, bonita e segura. É uma cidade onde tudo funciona. No verão o sol só se põe por volta das nove ou dez da noite, e pelamordoscéus, a cidade é um tédio.

Não achei a cidade mais bacana do mundo -- até agora só está atrás de Salzburg na minha listinha de "cidades européias com potencial sonífero" -- e digo sem dó que prefiro mil vezes Amsterdã. Mas, vá lá, Copenhagen ainda tem seu charme. Tem pessoas educadas, um centro histórico bem cuidado, canais desenhados por arquitetos holandeses, uma parte com arquitetura moderna de fazer inveja às outras cidades visitadas e ciclovias aos montes.

Tédio.

Nunca vi um lugar com tanto carrinho de bebê! Casais e mais casais, jovens até, empurrando carrinhos de bebê pra tudo quanto é lugar. Vi carrinhos de bebê que também eram bicicleta, carrinho de compras, uma mini-transportadora de até três crianças, tudo!

Mas como toda viagem é divertida, até para os lugares mais tediosos, achei a estátua mais fofa do mundo. Tinha que colocar uma foto no blog...

Capivaras apaixonadas!! Não é lindo e meio freaky ao mesmo tempo...?

E daí?
E daí que eu voltei pra Lisboa, e uns dias depois voltei pra São Paulo. Deixei amigos pra trás de quem nunca vou esquecer, e reencontrei velhos amigos de quem nunca esqueci (nem pretendo esquecer). Cheguei pra encontrar a cidade no mesmo caos de antes, só que com menos outdoors. A casa dos meus pais está em reforma e o meu quarto agora está dentro de caixas. Ainda não tenho um lugar pra morar em Campinas e estou hospedada no apartamento do meu irmão. E amanhã começam as aulas do segundo semestre.

O que fazer da vida, quando uma vida ficou pra trás e a outra vida ainda não chegou pelo correio?

5 comentários:

filomena disse...

Verdade; embora tenha pensado muito naquela fonte (sem foto nunhuma aqui registrando, embora a matéria prometa), só consegui realmente concluir no Rio de Janeiro, de onde acabo de voltar. Triste e dura passagem pelo Rio...Mas voltei e prometo me recuperar dos choques. A Ju se recupera bem, melhor que eu na verdade...

Hazey Lady disse...

*abraco*
meu comentario egoista: queria que vc estivesse aqui (na Europa).

meu comentario esnsato: hora de escutar o coracao e a razao... nao importa se for dificil, nao importa de for bobo, nao importa se for just okay; soh nao pode ser vazio (nada), senao nao para em peh.

se ficou surreal nao importa... as partes interessadas do seu inconsciente captarao a msg ;-)

monica disse...

Meu comentário egoísta:

Gigi está de volta. YAAAAAAAAAAY!

Fernanda Gianesella disse...

Ok, comentário fotótico: eles não são cavalos? E sim, são freaky!

Unknown disse...

Gigi, fiquei triste de não ter podido ir no almoço!